Que tal fazermos um exercício? Ao sair de casa, nem que seja para ir até a padaria, repare nas pessoas ao seu redor e conte-nos: quantas delas estão com fones de ouvido? Normalmente, a resposta padrão para essa pergunta é: muitas.
Ocorre que, em quase todos os lugares, desde as academias até os ônibus e calçadas, encontramos diversos amantes das músicas e podcasts escutando suas playlists favoritas. Isso, por um lado, é completamente normal. Afinal, de vez em quando, tudo o que precisamos é de uma boa canção para animarmos nosso dia.
Porém, infelizmente, sempre existem dois lados da mesma moeda. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), estima-se que 1,1 bilhão de jovens em todo o mundo correm o risco de perder a audição devido a práticas auditivas inseguras, em partes, por utilizarem fones de ouvido.
Nossos ouvidos, biologicamente falando, são verdadeiras ferramentas naturais de sobrevivência. Eles são desenvolvidos, basicamente, para detectarem e ampliarem até mesmo os ruídos mais baixos e, assim, proteger-nos dos perigos existentes.
Sendo assim, você concorda que eles, apesar de úteis e essenciais para a sobrevivência, são extremamente sensíveis ao barulho? O papel primordial destes pequenos receptores de ondas sonoras é nos preservar de possíveis ameaças e nos ajudar na comunicação, e não suportar horas e horas de música no último volume.
Entenda: no mundo natural, no qual fomos criados e adaptados para vivermos, não encontramos ruídos muito altos, mas sim, silenciosos e sutis. Isso significa que o ouvido humano simplesmente não evoluiu para lidar com ruídos excessivamente altos. Portanto, quando introduzimos um som artificialmente alto por meio de fones de ouvido, podemos acabar danificando-os.
O ouvido é um sistema complicado. Em termos simples, o som é uma espécie de vibração (onda) invisível que se propaga pelo ar. Ela é detectada e codificada pelo nosso cérebro por meio de uma série de atividades que acontecem em nosso sistema auditivo.
Acontece assim: ainda no ouvido externo, o som entra pelo canal auditivo externo e segue em direção aos tímpanos. Devido a "vibração'' das ondas sonoras entre as diferentes superfícies deste canal (tecidos, ossos etc), essas ondas vibram o tímpano e os três ossos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo), que por sua vez irão gerar uma onda que vai para a orelha interna ou ouvido interno.
Para ajudar todo esse processo, existe um líquido que se move ao longo do ouvido interno, facilitando a propagação das ondas. Além disso, esse líquido ativa células especializadas, que possuem cílios, que ao serem movimentados, convertem essa atividade em sinais químicos e elétricos que passam a ativar o nervo auditivo.
Este, por sua vez, transmite toda a informação para o cérebro que, então, interpreta todos esses impulsos elétricos como um som.
Sons muito altos são perigosos para a nossa audição porque aumentam a força dessas vibrações. Então, quando elas são muito intensas e por muito tempo, os cílios não conseguem suportar a carga e param de funcionar corretamente.
No mais, dependendo de quanto tempo você escuta música com fones de ouvido, então, e o quão alta ela estava, duas coisas podem acontecer:
A principal mudança e, logicamente, a mais básica, é não manter o volume daquilo que você estiver escutando muito alto. Uma boa dica para conseguir ouvir bem a música é usar fones de ouvido com cancelamento de ruído. Também é indicado um período de repouso auditivo (silêncio) após se expor a sons por um período grande.
Além disso, lembre-se de limpar os fones regularmente para impedir o acúmulo de bactérias, suor e pele descamada, a fim de evitar infecções locais.
Por fim, caso você esteja desconfiando de que sofreu uma perda auditiva, não deixe de procurar por ajuda médica.
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