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Fones de ouvido e surdez: qual é a relação?

30 jun 21
3 min
30 jun 21
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Que tal fazermos um exercício? Ao sair de casa, nem que seja para ir até a padaria, repare nas pessoas ao seu redor e conte-nos: quantas delas estão com fones de ouvido? Normalmente, a resposta padrão para essa pergunta é: muitas.

Ocorre que, em quase todos os lugares, desde as academias até os ônibus e calçadas, encontramos diversos amantes das músicas e podcasts escutando suas playlists favoritas. Isso, por um lado, é completamente normal. Afinal, de vez em quando, tudo o que precisamos é de uma boa canção para animarmos nosso dia.

Porém, infelizmente, sempre existem dois lados da mesma moeda. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), estima-se que 1,1 bilhão de jovens em todo o mundo correm o risco de perder a audição devido a práticas auditivas inseguras, em partes, por utilizarem fones de ouvido.

Mas calma… como um fone de ouvido pode danificar nossos ouvidos?

Nossos ouvidos, biologicamente falando, são verdadeiras ferramentas naturais de sobrevivência. Eles são desenvolvidos, basicamente, para detectarem e ampliarem até mesmo os ruídos mais baixos e, assim, proteger-nos dos perigos existentes.

Sendo assim, você concorda que eles, apesar de úteis e essenciais para a sobrevivência, são extremamente sensíveis ao barulho? O papel primordial destes pequenos receptores de ondas sonoras é nos preservar de possíveis ameaças e nos ajudar na comunicação, e não suportar horas e horas de música no último volume.

Entenda: no mundo natural, no qual fomos criados e adaptados para vivermos, não encontramos ruídos muito altos, mas sim, silenciosos e sutis. Isso significa que o ouvido humano simplesmente não evoluiu para lidar com ruídos excessivamente altos. Portanto, quando introduzimos um som artificialmente alto por meio de fones de ouvido, podemos acabar danificando-os.

Mas como?

O ouvido é um sistema complicado. Em termos simples, o som é uma espécie de vibração (onda) invisível que se propaga pelo ar. Ela é detectada e codificada pelo nosso cérebro por meio de uma série de atividades que acontecem em nosso sistema auditivo.

Acontece assim: ainda no ouvido externo, o som entra pelo canal auditivo externo e segue em direção aos tímpanos. Devido a "vibração'' das ondas sonoras entre as diferentes superfícies deste canal (tecidos, ossos etc), essas ondas vibram o tímpano e os três ossos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo), que por sua vez irão gerar uma onda que vai para a orelha interna ou ouvido interno.

Para ajudar todo esse processo, existe um líquido que se move ao longo do ouvido interno, facilitando a propagação das ondas. Além disso, esse líquido ativa células especializadas, que possuem cílios, que ao serem movimentados, convertem essa atividade em sinais químicos e elétricos que passam a ativar o nervo auditivo.

Este, por sua vez, transmite toda a informação para o cérebro que, então, interpreta todos esses impulsos elétricos como um som.

A perda auditiva

Sons muito altos são perigosos para a nossa audição porque aumentam a força dessas vibrações. Então, quando elas são muito intensas e por muito tempo, os cílios não conseguem suportar a carga e param de funcionar corretamente.

No mais, dependendo de quanto tempo você escuta música com fones de ouvido, então, e o quão alta ela estava, duas coisas podem acontecer:

  • As células podem ficar danificadas e perderem a sensibilidade, porém, com o tempo, é possível se recuperar do “trauma”. É por isso que, muitas vezes, nós temos dificuldade para ouvir depois que saímos de um local barulhento mas, eventualmente, a audição volta ao normal.
  • Se o dano causado é grande, as células morrem, ou seja, perdem a capacidade de transmitir o som e, portanto, tornaram-se inúteis. O dano, infelizmente, tornou-se permanente.

Como evitar, então, os danos causados pelos fones de ouvido?

A principal mudança e, logicamente, a mais básica, é não manter o volume daquilo que você estiver escutando muito alto. Uma boa dica para conseguir ouvir bem a música é usar fones de ouvido com cancelamento de ruído. Também é indicado um período de repouso auditivo (silêncio) após se expor a sons por um período grande.

Além disso, lembre-se de limpar os fones regularmente para impedir o acúmulo de bactérias, suor e pele descamada, a fim de evitar infecções locais.

Por fim, caso você esteja desconfiando de que sofreu uma perda auditiva, não deixe de procurar por ajuda médica.

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