Conhecida como o tipo de estrabismo divergente mais frequente, a exotropia intermitente ele é um desvio ocular que não se manifesta a todo momento. O paciente alterna, então, entre períodos de desalinhamento ocular e períodos de alinhamento.
Surge por volta dos 2 anos de idade, quando familiares notam que a criança desvia os olhos “para fora” em momentos de desatenção, sono e claridade intensa, quando então é comum o fechamento do olho desviado.
Além disso, com o ato de piscar, ou quando chamada atenção, o indivíduo consegue controlar o estrabismo e alinhar os olhos, recebendo por isso o nome de intermitente.
Muitas vezes, além do estrabismo horizontal, a exotropia intermitente também vem associada a um estrabismo vertical. Apesar de não se manifestar a todo tempo, os indivíduos com esse tipo de estrabismo podem apresentar disfunção da visão de profundidade, ou visão 3D.
Com o passar dos anos, esse estrabismo pode se manter compensado, ou então descompensar e o paciente manter os olhos desviados a todo momento.
A exotropia intermitente tem causas genéticas e fatores hereditários, mas aparece também em pacientes sem histórico de desvios na família.
O diagnóstico é clínico, sendo realizado no consultório. Como o indivíduo, por diversas vezes, não manifesta o estrabismo, um exame de oclusão cuidadoso deve ser realizado.
Oclui-se um olho do paciente por um período de 30 minutos e, no consultório mesmo, ao desocluí-lo, nota-se o olho desviado.
O desvio ocular, seguido pelo alinhamento, fecha o diagnóstico da exotropia intermitente.
O tratamento inicial na criança é a prescrição de óculos com lentes negativas na primeira infância (as mesmas usadas para tratamento da miopia).
Estas lentes não visam melhora da visão. A ideia destes óculos é forçar a convergência, isto é, forçar os olhos a se juntarem, estimulando a visão binocular e desenvolvendo um maior controle do estrabismo pelo paciente.
O uso de tampão por um período também leva à estimulação e controle do desvio. Há controvérsias sobre a real eficácia de fisioterapia e exercícios ortópticos.
Pacientes estáveis e com controle efetivo do estrabismo são apenas observados. Quando há uma piora progressiva do estrabismo, ou controle insatisfatório, há indicação cirúrgica.
A idade de indicação desta cirurgia é variável, mas a maioria dos médicos aguardam a criança completar 7 anos de idade, ou então operam até mesmo na vida adulta. O médico poderá optar por cirurgia em um ou dois olhos, a depender do tamanho do desvio.
Este tipo de estrabismo tem menor chance de levar à ambliopia, devido ao seu caráter intermitente. Porém, é o tipo de desvio que mais recorre mesmo após cirurgia, sendo muitas vezes necessárias mais de uma intervenção cirúrgica para um bom controle. Na maioria das vezes não é curado, apenas estabilizado.
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