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Anosmia: tudo sobre a perda do olfato (e sua relação com a COVID-19)

09 jun 21
4 min
09 jun 21
4 min

Pense em todos os cheiros que você sente diariamente, e na forma que eles afetam sua interação com o mundo. Quais deles lhe despertam a memória, fome ou bom humor? E quando eles lhe servem de alerta como, por exemplo, o amargor/azedume de algum alimento vencido, ou a acidez e queimação do fogo, do gás ou de qualquer outra coisa que represente um perigo? Importante, não é mesmo?

Agora, imagine inspirar e não sentir nada, apenas ar. Essa é a vida de quem tem anosmia, ou seja, a ausência de olfato. Seja desde o nascimento ou desenvolvido mais tarde na vida, ela nunca recebeu tanta atenção como agora (ou melhor, desde o início da pandemia de COVID-19).

Acontece que a incapacidade de sentir cheiros e sabores é um dos efeitos colaterais mais comuns dessa doença. A má notícia é que, embora a maioria dos pacientes infectados, eventualmente, recupere o olfato, há ainda aqueles que, talvez, nunca mais o terão de volta ou permanecerão com uma distorção olfativa.

Pensando nisso, preparamos esse artigo com tudo o que você precisa saber sobre a anosmia (incluindo causas, sintomas e tratamentos) e a relação desta com o momento em que vivemos. Vamos lá?

Causas

O olfato é um processo complexo que envolve as vias respiratórias e o cérebro. Quando o ar passa pelo nariz, as moléculas de odor se ligam aos receptores dos nervos olfativos, localizados nesta região (mais precisamente, no epitélio olfatório, revestimento da parte superior das cavidades nasais).

A estimulação dos nervos olfativos faz com que eles transmitam um sinal ao cérebro que, por sua vez, processa o cheiro e o decodifica de forma que a pessoa o reconheça.

Sendo assim, qualquer coisa que interfira nesse processo, como congestão nasal, obstrução ou certos danos às próprias células nervosas, pode levar à perda do olfato.

No caso da anosmia, as causas mais frequentemente associadas a ela são:

  • infecções nos seios da face;
  • resfriados comuns e gripe;
  • tabagismo;
  • alergias (rinite);
  • congestão crônica não relacionada a alergias;
  • pólipos nasais (pequenos crescimentos não cancerosos no nariz e seios da face que bloqueiam a passagem de ar);
  • lesões no nariz e nervos associados ao olfato;
  • exposição a produtos químicos tóxicos, como pesticidas ou solventes;
  • certos medicamentos, incluindo antibióticos, antidepressivos, anti-inflamatórios, entre outros;
  • abuso de cocaína;
  • idade avançada (assim como a visão e a audição, o olfato pode ficar mais fraco conforme o passar dos anos, declinando principalmente após os 60);
  • certas condições médicas (como Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla, doenças congênitas, distúrbios hormonais etc);
  • tratamento por radiação que inclua as regiões da cabeça e do pescoço.

Diagnóstico

Normalmente, o primeiro passo é se submeter a uma consulta de rotina com um especialista em otorrinolaringologia. Nesta, ele examinará as partes internas do nariz (para checar possíveis pólipos e tumores, e identificar potenciais alergias e irritações) e da garganta.

A depender do caso, outros exames podem ser solicitados. São os mais comuns: endoscopia nasal, tomografia computadorizada, ressonância magnética e testes olfatórios.

O importante a se saber, por enquanto, é que caso você sinta uma perda de olfato que, ao longo de duas semanas, não passa, é preciso procurar por um médico.

Anosmia congênita x adquirida

A inabilidade para sentir cheiros pode ser congênita (ou seja, você nasce com ela), ou adquirida.

A anosmia congênita, além de bastante rara, ainda é um mistério para a comunidade científica. Em alguns casos pode ser devido a uma má-formação na região que codifica o olfato no cérebro, mas na maioria das vezes ainda não se sabe ao certo como ela acontece. Acredita-se, no entanto, que ela pode ser herdada.

Já no caso da anosmia adquirida, a perda de olfato é diretamente associada a uma causa, como aquelas que citamos anteriormente. As comorbidades mais comuns, aqui, incluem os traumas frontais ou cranioencefálicos (que danificam os nervos olfatórios), e os vírus.

Os vírus, por sua vez, são a principal causa para a perda de olfato, principalmente quando eles atacam as vias respiratórias, deixando-as inflamadas, irritadas e/ou congestionadas. Isso significa, basicamente, que uma pessoa pode parar de sentir cheiros (temporariamente, ou não) quando está resfriada, gripada ou acometida por uma doença respiratória mais grave como, por exemplo, a COVID-19.

Vale ressaltar, ainda, que dependendo da gravidade da infecção, pode haver um dano sério e até mesmo irreversível aos receptores e nervos olfativos. Neste caso, a pessoa se torna incapaz de sentir e identificar os cheiros.

Sobre anosmia e COVID-19

A perda do olfato se tornou um dos principais sintomas dos casos positivos para COVID-19. O motivo para isso, no entanto, ainda não está plenamente esclarecido, já que praticamente tudo que envolve o novo coronavírus ainda é incerto.

A lógica, no entanto, permanece a mesma. Ou seja: por ser uma doença respiratória, parte-se do pressuposto de que ela pode inflamar/irritar as vias aéreas, comprometendo o olfato e, consequentemente, o paladar.

Além disso, a depender da intensidade da infecção, podem haver danos permanentes dos nervos e receptores olfativos, o que faz com que a pessoa, talvez, nunca mais recupere a capacidade de cheirar algo.

A boa notícia é que são poucos os casos em que isso acontece. Normalmente, ambos os sentidos costumam retornar dentro de 60 dias.

Isso pode ser tratado?

Se você perder o olfato, é provável que você o recupere em breve. O importante a se saber é que a maioria dos tratamentos para a anosmia consiste, basicamente, em tratar sua causa primária.

Pólipos nasais e sinusite crônica (infecções sinusais recorrentes ou persistentes) são geralmente tratados por meio de medicamentos/cirurgia. Já as condições virais, assim como outras ocorrências causadas por envelhecimento, doenças, traumas e, ocasionalmente, casos congênitos, o uso de esteroides costuma ser a melhor conduta de acordo com a avaliação do otorrinolaringologista.

No mais, para se saber exatamente como curar a perda de olfato, é preciso analisar cada caso separadamente e, a partir disso, montar um plano de tratamento individualizado. É por isso que a consulta com o médico, em quaisquer um destes casos, é de extrema importância.

Sendo assim, lembre-se: caso você experiencie uma perda de olfato que persista por mais de duas semanas, procure por ajuda profissional!

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